Quando falamos de saúde, a realidade da mulher negra costuma ficar de lado. Problemas como hipertensão, diabetes e câncer de mama afetam essa população em índices mais altos que a média nacional. Entender esses desafios é o primeiro passo para mudar a situação e garantir um cuidado mais justo.
Estudos apontam que a mulher negra tem maior risco de desenvolver hipertensão precoce, muitas vezes ligada a fatores genéticos e ao estresse crônico causado por preconceitos. O diabetes tipo 2 também aparece mais cedo, e a taxa de mortalidade por câncer de mama triplica em relação às mulheres brancas, principalmente porque o diagnóstico costuma ser tardio.
Além disso, a saúde mental não pode ser ignorada. A sobrecarga de discriminação, violência estrutural e a falta de representatividade nos serviços de saúde aumentam a incidência de ansiedade e depressão. Muitos relatos mostram que a mulher negra enfrenta dificuldades para ser ouvida pelos profissionais, o que prejudica o tratamento.
Para reduzir esses riscos, procure fazer exames regulares: pressão arterial, glicemia e mamografia a partir dos 40 anos (ou antes, se houver histórico familiar). Use aplicativos de saúde para acompanhar suas leituras e lembretes de consultas. Alimentação balanceada, com foco em frutas, verduras e grãos integrais, ajuda a controlar peso e pressão.
Praticar atividade física, mesmo que seja uma caminhada de 30 minutos, três vezes por semana, traz benefícios para o coração e mantém o açúcar no sangue estável. Não subestime o poder de uma rede de apoio: conversar com amigas, familiares ou grupos de apoio pode aliviar o estresse e melhorar a saúde mental.
Se precisar de ajuda psicológica, procure serviços que valorizem a diversidade cultural. Terapias com profissionais sensíveis às questões raciais oferecem um ambiente mais seguro para falar de problemas pessoais.
Outro ponto essencial é ficar atenta aos sinais do seu corpo. Sangramentos fora do ciclo menstrual, dores persistentes e alterações na pele podem ser indícios de doenças que requerem atenção imediata.
Por fim, reivindique seu direito ao atendimento adequado. Se sentir desrespeito ou descaso, registre a ocorrência e procure outra clínica ou médico que ofereça um tratamento humanizado e livre de preconceitos.
Ao se informar, fazer exames preventivos e cuidar da saúde mental, a mulher negra ganha autonomia e pode transformar sua realidade. A mudança começa em cada escolha e na luta por um sistema de saúde mais justo para todas.