Charles Oliveira abandona apelido e vira "Predador" no UFC Rio 2025

Na véspera do UFC Fight Night: Oliveira vs. GamrotFarmasi Arena, Charles Oliveira, ex‑campeão peso‑leve do UFC, anunciou que deixará o histórico apelido "Do Bronx" para adotar temporariamente "Predador". A mudança, feita no dia 10 de outubro de 2025, visa marcar sua volta ao Brasil — primeiro card principal do UFC no Rio de Janeiro desde 2015 — e refletir a nova fase de sua carreira, enquanto se prepara para enfrentar o polonês Mateusz Gamrot. O anúncio gerou curiosidade e expectativa entre os fãs, que veem em "Predador" um sinal de agressividade renovada antes de um confronto que pode redefinir o ranking dos leves.
Contexto histórico de Charles Oliveira
Nascido em Guarujá em 17 de outubro de 1989, Oliveira começou a treinar jiu‑jitsu aos 12 anos. Seu primeiro título importante chegou em 2003, quando venceu o Campeonato de São Paulo como faixa‑branca. Nos anos seguintes, acumulou 16 medalhas, incluindo o bicampeonato mundial da CBJJE em 2007 e a prata em 2008. Ao migrar para o MMA, seu apelido "Do Bronx" surgiu nos torneios amadores, referência à favela Vicente de Carvalho, onde cresceu.
O lutador rapidamente subiu ao topo da divisão leve, conquistando o cinturão em 2021 e defendendo‑o duas vezes antes de perder para Al Iaquinta em 2022. Desde então, tem lutado para reconquistar o título, alternando vitórias e derrotas, mas sempre mantendo a identidade de "guerrilheiro da favela" que o público tanto admira.
Detalhes da mudança de apelido
Em entrevista ao Bloody Elbow em 9 de outubro de 2025, Oliveira disse: "Só existe lugar para um", indicando que "Predador" será usado apenas para o combate no Rio. Ele explicou que a escolha do novo nome reflete sua mentalidade atual: "Quero entrar no octógono como um caçador, pronto para pegar a oportunidade que o público me dá".
O portal Super Lutas apontou que a alteração pode ser estratégica, já que o termo "Predador" tem sido usado em campanhas de marketing da própria UFC para atletas em fase de reinvenção. Ainda assim, Oliveira assegurou que "Do Bronx" continuará sendo parte de sua história e que o novo apelido não substitui sua origem.

Substituição de adversário e preparação para o UFC Rio
Originalmente, o card principal seria Oliveira contra o tailandês‑americano Rafael Fiziev, então número cinco do ranking dos leves. Contudo, em 8 de outubro, Fiziev sofreu uma lesão no joelho e foi retirado. A UFC anunciou então a entrada de Mateusz Gamrot, número seis do ranking, como substituto.
Oliveira descreveu o processo de procura por um adversário como "um telefone que não parava de tocar, mas ninguém aceitava lutar". "Com certeza temia ficar fora do card. Eu falei pra eles: ‘cara, eu sou o que mais quer lutar aqui’", declarou na coletiva em 9 de outubro no Rio.
Gamrot, veterano de 36 anos, chega ao confronto com experiência em jiu‑jitsu e luta livre, sendo antigo campeão do Bellator. A combinação de estilos — o ataque de guilhotina de Oliveira e o wrestling de Gamrot — promete um duelo técnico que pode definir quem liderará a divisão nos próximos meses.
Reação do público e expectativas
A expectativa no Rio está nas alturas. Desde o anúncio, a Farmasi Arena tem vendido ingressos a ritmo acelerado, e nas redes sociais a hashtag #PredadorUFC já acumula mais de 120 mil menções. "É a primeira vez que vejo o Charles com esse visual de predador, toda a energia do público já está contagiante", comentou Jorge "Macaco" Patino, um dos treinadores do atleta.
Especialistas apontam que a mudança de apelido pode ser mais que um marketing — pode ser um sinal psicológico importante. O analista de MMA Paulo Lopes afirma: "Quando um atleta rebatiza a própria identidade, isso costuma vir acompanhado de renovação de foco. Se ele entrar no octógono como ‘Predador’, a mentalidade de caça pode realmente transformar sua performance".

Implicações para a carreira e legado
Se Oliveira vencer, a vitória será a primeira conquista em solo brasileiro desde 2015, reforçando seu status como um dos maiores representantes do MMA nacional. Além de melhorar seu ranking (atual 8º), a vitória poderia abrir portas para uma disputa direta pelo cinturão em 2026.
Por outro lado, uma derrota pode acelerar o declínio, já que ele já tem 35 anos e a divisão leve é extremamente competitiva. A escolha de “Predador” pode ser vista como uma última tentativa de se reinventar antes de considerar uma transição para o coaching ou para o MMA de palco, algo que alguns veteranos já fizeram.
Independentemente do resultado, o evento marca um momento simbólico: o retorno de um filho da favela ao maior palco de artes marciais, agora com um novo manto de identidade. O público carioca, que não via um UFC em casa há quase dez anos, agora tem a chance de testemunar essa história ao vivo.
Perguntas Frequentes
Como a mudança de apelido pode afetar o desempenho de Charles Oliveira?
A escolha de "Predador" sinaliza uma nova postura mental focada na agressividade. Analistas acreditam que esse tipo de rebranding pode elevar a confiança do lutador, ajudando‑o a impor seu ritmo e a buscar finalizações com mais determinação.
Qual é a importância do UFC Fight Night para o Rio de Janeiro?
É o primeiro card principal do UFC na cidade desde 2015, quando Demian Maia estreou. O evento revitaliza a cena de MMA local, movimenta a economia da Barra Olímpica e oferece aos fãs brasileiros a chance de assistir ao vivo seus ídolos.
Por que Rafael Fiziev foi substituído por Mateusz Gamrot?
Fiziev sofreu uma lesão no joelho em treinamento e foi forçado a se retirar. Após tentativas frustradas de encontrar outro adversário, a UFC anunciou Gamrot, que já estava como reserva e aceita o desafio com poucas semanas de preparação.
O que esperar da luta entre Oliveira e Gamrot?
Deve ser um confronto tático: Oliveira buscará finalizar com jiu‑jitsu, enquanto Gamrot tentará neutralizar sua grappling com wrestling e striking. O ritmo pode ser intenso, e ambos têm chances de levar a decisão ao final.
Qual o impacto caso Oliveira vença?
Uma vitória fortaleceria sua posição no ranking, potencialmente colocando‑o entre os três primeiros da divisão leve. Também poderia abrir caminho para uma futura disputa pelo título e consolidar seu legado como um dos maiores lutadores brasileiros.
Workshop Factor
outubro 12, 2025 AT 03:29O fato de Charles Oliveira trocar o apelido “Do Bronx” por “Predador” é, antes de tudo, uma jogada de marketing barata que a UFC adora reforçar nos momentos de maior hype.
Não há nada de genuíno nessa mudança, apenas um esforço para criar um narrative de “renascimento” que mascara o fato de que o lutador está entrando na fase de declínio.
A história de Oliveira está repleta de altos e baixos, mas a ideia de que um simples nome pode mudar seu desempenho é absurda.
Além disso, a própria UFC tem usado o termo “Predador” em campanhas publicitárias há anos, então não é nenhum segredo oculto.
O público brasileiro, faminto por um retorno triunfal, aceita isso sem questionar, o que demonstra uma cultura de idolatria cega.
Se analisarmos os números, veremos que a taxa de finalizações de Oliveira tem diminuído nos últimos anos, independentemente do apelido.
O hype gerado nas redes sociais com a hashtag #PredadorUFC pode inflar a expectativa, mas não altera a realidade da competição.
Os lutadores de elite não precisam de mascotes de marketing para provar seu valor; eles provam no octógono.
Portanto, rotular Charles como “Predador” pode até servir de motivação psicológica, mas permanece apenas como um detalhe estético.
É possível que a mudança de nome ajude a concentrar sua energia, porém, se a técnica e a condição física não acompanharem, o resultado será o mesmo.
Os analistas que afirmam que o rebranding traz mudança real de performance estão vendendo uma narrativa conveniente para patrocinadores.
Enquanto isso, fãs que realmente conhecem a história do atleta sabem que a identidade “Do Bronx” ainda faz parte do seu legado.
Se a mudança for mantida somente para o show no Rio, talvez seja apenas um truque de marketing de curta duração.
Em resumo, o “Predador” é mais um slogan barato do que um indicador de evolução esportiva.
Quem realmente importa é a preparação, a estratégia e a execução no momento da luta.
Se Oliveira vencer, será mérito seu, não do apelido que adotou temporariamente.