A morte súbita costuma aparecer nos noticiários, mas poucos sabem exatamente do que se trata. Em termos simples, é a interrupção inesperada das funções vitais, geralmente do coração, que leva a perda de consciência e, se não for tratada imediatamente, ao óbito. O que surpreende é que muitas vezes o evento acontece em pessoas aparentemente saudáveis, o que gera dúvidas e medo.
Na maioria dos casos, a causa está ligada ao coração. Arritmias graves, como a fibrilação ventricular, podem parar o bombeamento do sangue num piscar de olhos. Doenças cardíacas subjacentes – cardiomiopatia, doença arterial coronariana ou defeitos congênitos – aumentam bastante o risco. Mas não é só o coração que pode ser o vilão. Desordens eletrolíticas (níveis anormais de potássio ou magnésio), problemas respiratórios como a apneia do sono, e até traumas fortes (acidentes) podem desencadear uma parada súbita.
Alguns fatores de risco são bem conhecidos: hipertensão, colesterol alto, tabagismo, sedentarismo e histórico familiar de doenças cardíacas. Pessoas que praticam esportes intensos sem avaliação médica prévia também estão expostas, especialmente atletas jovens que podem ter anomalias cardíacas silenciosas.
Se alguém perde a consciência repentinamente, a primeira ação é chamar o socorro e iniciar a RCP (reanimação cardiopulmonar) imediatamente. Cada minuto sem desfibrilação aumenta as chances de morte em 10%. Por isso, ter um desfibrilador externo automático (DEA) por perto em locais públicos pode salvar vidas.
Na prevenção, a chave é o diagnóstico precoce. Consultas regulares com cardiologista, especialmente se houver histórico familiar, ajudam a detectar arritmias ou doenças estruturais antes que causem problemas graves. Exames simples como eletrocardiograma (ECG) e ecocardiograma são recomendados para quem pratica esportes de alta performance.
Adotar hábitos saudáveis também faz diferença: controlar a pressão arterial, manter o peso ideal, comer alimentos ricos em fibras e pobres em gorduras saturadas, evitar o excesso de álcool e parar de fumar. O exercício regular, porém, deve ser orientado por profissionais para garantir que o coração está preparado.
Ficar atento aos sinais de alerta pode evitar uma tragédia. Desmaios frequentes, palpitações intensas, dor no peito ou falta de ar inesperada são bandeiras vermelhas que pedem avaliação médica urgente. Não ignore esses sintomas, mesmo que pareçam isolados.
Em resumo, a morte súbita é um evento raro, mas devastador. Conhecer as causas mais frequentes, reconhecer os sinais de alerta e manter um estilo de vida equilibrado são passos essenciais para reduzir o risco. Quando a prevenção falha, a rapidez na resposta – RCP e uso do DEA – pode ser a diferença entre a vida e a morte.