Cirurgia Cardíaca: Guia prático e completo

Se você chegou até aqui, provavelmente está curioso sobre cirurgia do coração. Não é assunto leve, mas entender o básico ajuda a reduzir o medo e a tomar decisões mais acertadas. Vamos explicar de forma direta quando o médico recomenda a operação, quais são os tipos mais usados e o que esperar na recuperação.

Quando a cirurgia cardíaca é indicada?

A maioria dos cardiologistas indica cirurgia quando o coração apresenta problemas que não dão mais para tratar só com remédios ou mudanças de estilo de vida. Exemplos típicos são:

  • Estreitamento grave das artérias coronárias (estenose) que causa dor no peito ou risco de infarto.
  • Válvulas do coração com defeito, como estenose ou regurgitação, que impedem o sangue de circular bem.
  • Batimentos irregulares perigosos (arritmias) que não respondem a medicamentos ou dispositivos.
  • Aneurisma ou defeitos congênitos que comprometem a função do órgão.

O médico faz exames de imagem, como ecocardiograma e angiotomografia, para medir a gravidade e escolher a melhor solução. Se o risco de complicação for alto sem cirurgia, a indicação costuma ser mais rápida.

Tipos mais comuns de cirurgia cardíaca

Existem várias técnicas, mas três são as que aparecem com mais frequência nas notícias e nos hospitais brasileiros:

  1. Bypass coronariano (cirurgia de revascularização): o cirurgião cria um desvio usando veias ou artérias de outras partes do corpo para contornar o bloqueio nas coronárias. O procedimento costuma ser aberto, mas há versões minimamente invasivas.
  2. Reparo ou substituição de válvulas: quando a válvula está danificada, pode ser reparada ou trocada por uma artificial (metálica ou bioprotética). A escolha depende da idade do paciente e da condição da válvula.
  3. Cirurgia de arritmia (ablação): em casos de fibrilação atrial ou outras arritmias, o médico usa cateteres para eliminar áreas que provocam o ritmo irregular. É menos invasivo, feito através de pequenos furos nas veias.

Além desses, há procedimentos mais específicos, como transplante de coração e correção de defeitos congênitos. Cada um tem indicações próprias e requer avaliação detalhada.

Agora que você conhece as indicações e os tipos, vale falar sobre o que acontece depois da cirurgia.

Recuperação e cuidados pós-operatórios

Logo após a operação, o paciente fica na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por alguns dias. Lá a equipe monitora pressão, ritmo cardíaco e sinais de infecção. A maioria dos pacientes sai da UTI em 2 a 4 dias, mas o período total de internação costuma ser de 5 a 10 dias, dependendo da complexidade.

Os cuidados domésticos são fundamentais:

  • Manter a ferida limpa e observar sinais de infecção (vermelhidão, calor, secreção).
  • Seguir a medicação exatamente como prescrita, principalmente anticoagulantes e analgésicos.
  • Retomar atividade física devagar, com orientação de fisioterapeuta. Caminhadas curtas já ajudam a melhorar a circulação.
  • Adotar dieta saudável: menos sal, mais frutas, verduras e fibras.

O retorno ao trabalho varia. Em geral, quem tem um trabalho de escritório volta em 4 a 6 semanas; quem realiza esforço físico pode precisar de 8 a 12 semanas.

Se surgir algum sintoma inesperado – dor forte, falta de ar súbita ou inchaço no pé – procure o médico imediatamente. A maioria das complicações pode ser evitada com monitoramento regular.

Em resumo, a cirurgia cardíaca ainda é um procedimento complexo, mas os avanços tecnológicos fizeram com que a taxa de sucesso seja muito alta. Entender as indicações, os tipos e os cuidados pós-operatórios deixa o paciente mais confiante e preparado para enfrentar esse momento.