Assédio Sexual: o que é, sinais e como agir

Assédio sexual ainda é um problema que aparece em todo tipo de ambiente – trabalho, faculdade, transporte, até nas redes sociais. Mas, antes de tudo, vale entender exatamente o que conta como assédio. Em termos simples, é qualquer comportamento de natureza sexual que deixa a pessoa desconfortável, intimidada ou humilhada, mesmo que não haja contato físico.

Sinais de assédio sexual no dia a dia

Os indícios podem ser verbais, como piadas de teor sexual, comentários sobre o corpo ou convites insistentes para encontros fora do contexto profissional. Também há gestos – toques não desejados, proximidade invasiva ou até o envio de imagens e mensagens explícitas. Não precisa ser algo grave para ser assédio; uma série de “pequenos” incômodos acumulados já caracteriza a prática.

Fique atento a como você se sente. Se algo faz você arrepiar, ficar ansioso ou evitá‑lo, provavelmente há algo errado. O assédio pode acontecer de forma sutil – por exemplo, quando alguém usa seu cargo para exigir favores íntimos em troca de benefícios. Nessas situações, a coerção está presente, ainda que não se note à primeira vista.

Passos práticos para denunciar e buscar apoio

Primeiro, anote tudo. Data, horário, local, quem estava presente e exatamente o que foi dito ou feito. Esses detalhes ajudam muito na hora de levar o caso a quem pode agir.

Se o fato ocorreu no trabalho, procure o setor de recursos humanos ou a ouvidoria da empresa. Muitas organizações têm políticas internas de combate ao assédio e precisam seguir procedimentos legais. Se o ambiente não oferece estrutura ou você tem medo de retaliação, pode buscar o apoio de um sindicato ou do Ministério Público do Trabalho.

Para casos fora do ambiente profissional – como na rua, em transportes públicos ou nas redes – denuncie à polícia. No Brasil, o crime de assédio sexual está previsto no Código Penal (art. 216‑A). Em situações de urgência, disque 190. Também vale acionar a Central de Atendimento à Violência contra a Mulher, que encaminha para a força policial e serviços de apoio.

Não enfrente isso sozinho. Existem linhas de apoio como o Ligue 180, que oferece orientação psicológica e ajuda jurídica gratuita. Se precisar de acompanhamento psicológico, procure o CVV (188) ou serviços de saúde mental do SUS.

Lembre‑se: a culpa nunca é da vítima. A responsabilidade recai sobre quem comete o ato. Ao falar sobre o que aconteceu, você ajuda a quebrar o silêncio que alimenta o ciclo de violência.

Por fim, compartilhe informações com quem confia. Conversar com amigos, familiares ou colegas de trabalho pode dar força e, ao mesmo tempo, criar um ambiente onde outras pessoas também se sintam seguras para denunciar.

Assédio sexual não tem espaço em nossa sociedade. Cada um que denuncia, apoia e se informa contribui para mudar essa realidade. Se você ou alguém que conhece está passando por isso, procure ajuda imediatamente. O primeiro passo é reconhecer o problema; o segundo, agir.