Motorista de ônibus é feito refém por ex-funcionário em Itaquera, Zona Leste de São Paulo

Motorista de ônibus é feito refém por ex-funcionário em Itaquera, Zona Leste de São Paulo mai, 1 2025

Tensão na Zona Leste: ex-funcionário mantém motorista refém

Pouco depois das 17h40 de uma quarta-feira movimentada, um episódio angustiante parou parte de Itaquera, na Zona Leste de São Paulo. Um homem de 64 anos, ex-funcionário da Express Transportes Urbanos, entrou armado com uma faca em um ônibus da linha 407L-10 (Barro Branco – Metrô Guilhermina/Esperança) nas proximidades da estação Corinthians-Itaquera. Em questão de minutos, ele tomou o motorista, Gastão Correia Alves, como refém, expulsou os passageiros e iniciou um impasse que atraiu os olhares da cidade.

O relógio seguiu rodando e a tensão só crescia. O local virou zona vermelha: trânsito parado na Avenida Doutor Luís Aires, sirenes, jornalistas e curiosos circulando. O clima dentro do coletivo? Ninguém duvida: pesava toneladas. O GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais) e a Polícia Militar montaram cerco, bloquearam as duas faixas da avenida no sentido centro e começaram o protocolo de negociação, usando técnicas que tentam convencer o criminoso a se render sem violência.

Negociação, caos no trânsito e motivação pessoal

Negociação, caos no trânsito e motivação pessoal

Os negociadores conversaram com o suspeito por quase três horas. Com familiares na porta, viaturas piscando e toda a cena transmitida em tempo real por canais de notícia, mais gente percebeu que, por trás de toda ameaça, existia alguém em desespero. O homem declarou motivos pessoais e dificuldades financeiras para ter tomado a atitude extrema. Essa narrativa bate com o que muitos motoristas e cobradores vivenciam nas periferias: demissões, salários baixos e cobranças pesadas. Mas nada justifica o pânico instalado ali.

No auge da madrugada, após longos minutos em silêncio, ecoou um suspiro de alívio: o agressor finalmente depôs a faca e saiu do ônibus, escoltado pelos policiais do GATE, sem um arranhão. O motorista, apesar do susto, também saiu ileso – fotografado abraçando colegas na rua, completamente abalado.

  • O bloqueio durou quase toda a noite, prejudicando moradores e quem tentava acessar o metrô Corinthians-Itaquera.
  • Os passageiros do coletivo passaram por atendimento psicológico no local.
  • O suspeito foi encaminhado à delegacia e deve responder por sequestro e cárcere privado.

Situações assim deixam claro o tamanho do estresse envolvendo o transporte público, os perigos enfrentados por quem trabalha atrás do volante e a necessidade de olhar mais de perto para histórias de sofrimento ignoradas pelo sistema. Foram três horas que pareceram uma eternidade para quem ficou preso naquela rotina virada do avesso.