Dia do Gaúcho: Mercado Público de Porto Alegre terá programação especial no sábado

Dia do Gaúcho: Mercado Público de Porto Alegre terá programação especial no sábado set, 20 2025

O centro vira vitrine das tradições: música, pilcha e história viva

Porto Alegre entra no ritmo das tradições neste sábado, 20 de setembro de 2025. No coração da cidade, o Mercado Público se transforma em palco para celebrar o Dia do Gaúcho, data que marca o início da Revolução Farroupilha em 1835 e que, todo ano, reúne música nativista, dança, mate e muita pilcha pelas ruas do centro.

A proposta é simples e potente: aproximar a cultura do cotidiano. A programação no Mercado foi pensada para ocupar corredores e áreas comuns com apresentações de grupos de dança, pequenos recitais de violão e gaita, rodas de chula e mateadas abertas. Espaços de convivência devem receber contação de histórias para crianças, oficinas rápidas sobre indumentária tradicional (como amarrar o lenço, a diferença entre pilcha campeira e de gala) e exposições de artesanato regional. O público pode esperar também mostras temáticas com símbolos farroupilhas, além de receitas típicas revisitando sabores como charque, carreteiro e cuca.

O 20 de setembro é mais do que uma efeméride no calendário. É memória viva. A data lembra a tomada de Porto Alegre por farrapos, no estopim de um conflito que durou dez anos e terminou com a paz de Ponche Verde, em 1845. De lá para cá, a guerra virou identidade: um repertório de música, culinária, poesia e dança que encontra eco nas famílias, nos CTGs e nos espaços públicos da capital.

Neste ano, a festa do Mercado Público se conecta com a campanha estadual Ganha-Ganha Farroupilha, ação do governo do Rio Grande do Sul que reúne as secretarias de Desenvolvimento Econômico, Cultura, Turismo e Comunicação para movimentar comércio e serviços durante o Mês Farroupilha. A estratégia vem usando intervenções culturais para puxar o fluxo de pessoas. Teve cantor nativista virando garçom por um dia, teve até doma de égua em corredores de shopping da capital — tudo para aproximar a tradição do público urbano e aquecer as vendas.

O centro de Porto Alegre já entrou no clima. O Largo Glênio Peres virou ponto de encontro para a Farroupilha Caravan, com shows de nomes conhecidos da cena nativista, como Lara Rossato, Paulo Costa, Débora Madrid, Pirisca Greco e Joca Martins. O Mercado Público, logo ao lado, embarca nessa onda com uma agenda focada na experiência: ver, ouvir, provar, aprender e, principalmente, participar.

Faz parte da paisagem: bombachas e vestidos de prenda cruzando as bancas de frutas, peixes e queijos; lenços coloridos chamando a atenção no meio dos transeuntes; rodas improvisadas de música com violão e gaita disputando espaço com o burburinho do comércio. Quem circula pelo centro costuma abraçar o clima — tem quem vá pilchado, quem leve a cuia para a mateada e quem só pare para assistir a uma dança ou experimentar um doce de pelotas.

A celebração no Mercado também dialoga com o Acampamento Farroupilha, no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, que estende a temporada até o fim de semana do feriado. De um lado, os galpões e as invernadas com seus rituais; de outro, o patrimônio público de portas abertas para a cidade. É uma dobradinha que espalha a cultura pela capital, do parque ao centro histórico.

Escolher o Mercado Público como palco faz sentido. O prédio, um dos símbolos afetivos de Porto Alegre, é ponto de encontro de gerações. Junta tradição e diversidade — dois valores que casam com o espírito farroupilha. A gastronomia local ganha holofotes, com produtos regionais, cafés e restaurantes cheios. A economia criativa agradece: artesãos, músicos e pequenos comerciantes aproveitam o movimento ampliado do Mês Farroupilha.

Para quem quer curtir sem perrengue, vale combinar o passeio com antecedência. O centro costuma ficar mais cheio no 20 de setembro. O transporte público evita a busca por vaga e facilita o vai e vem entre Mercado, Largo Glênio Peres e áreas próximas. Leve sua cuia e água quente (ou procure os pontos de apoio das mateadas), vá confortável — pilcha, jeans, tênis, tanto faz — e respeite as orientações dos organizadores, especialmente em áreas de circulação e nas apresentações de dança.

  • Música e dança nativista em espaços internos e externos do Mercado.
  • Rodas de chula, mateadas e vivências sobre pilcha e costumes.
  • Atividades para crianças, com histórias e oficinas rápidas.
  • Exposições e venda de artesanato regional.
  • Ações promocionais do Mês Farroupilha para aquecer o comércio do centro.

Além do entretenimento, há um efeito concreto na economia local. Atrações culturais trazem público, e público compra. Bancas de alimentos e produtos típicos veem crescer o fluxo, restaurantes lotam no almoço, artesãos ganham vitrine. É uma conta que fecha quando cultura vira motor de desenvolvimento — e o Mês Farroupilha vem sendo usado justamente para isso, criando pontes entre tradição, cidade e negócios.

Quem visita pela primeira vez pergunta: preciso estar pilchado? Não. A cidade recebe de tudo — do tradicionalista raiz ao curioso que só quer bater perna. Se quiser entrar no clima, ótimo. Se preferir só ouvir um bom vaneirão e tomar um chimarrão, também serve. O importante é participar com respeito e curtir a atmosfera que toma o centro por um dia inteiro.

O sábado promete agenda ao longo do dia. A ideia é que o Mercado Público seja ponto de passagem e permanência: você entra para comprar um queijo, fica para assistir a uma apresentação, prova um prato típico e segue para outra atração no entorno. É assim que a tradição segue viva: aberta, acessível e em movimento.