Aposentadoria de Sergio Busquets: fim da carreira ao término da temporada 2025 da MLS

Em um movimento que pegou fãs e jornalistas de surpresa, Sergio Busquets anunciou que pendurará as chuteiras ao final da temporada 2025 da Major League Soccer (MLS). A decisão, revelada na quinta‑feira por meio de suas redes sociais, encerra uma trajetória que começou nos campos de La Masia e se consolidou como um dos pilares do futebol moderno.
Da La Masia ao estrelato no Camp Nou
Formado nas categorias de base do Barcelona, Busquets fez a estreia na equipe principal em 2008, aos 18 anos. O que começou como uma oportunidade de substituição rapidamente se transformou em uma sequência ininterrupta de convocações. Em 18 temporadas, ele acumulou mais de 700 partidas oficiais, número que o coloca entre os jogadores com maior número de jogos pelo clube catalão.
Durante esse período, o volante foi peça-chave nos nove títulos da La Liga (2009‑10 a 2018‑19), nas três vitórias da Liga dos Campeões (2008‑09, 2010‑11 e 2014‑15) e nas sete Copas do Rei. O técnico Pep Guardiola, responsável por popularizar o estilo de posse “tiki‑taka”, reconheceu que Busquets era o “coração invisível” que mantinha o ritmo e a organização tática da equipe.
Além dos troféus, o jogador recebeu elogios pela sua postura fora de campo. A diretoria do Barcelona descreveu-o como “lenda viva” e “o clube da sua vida”, ressaltando sua humildade e a identificação com a filosofia do clube desde a infância.

O papel na Seleção e a transição para a MLS
Na Seleção espanhola, Busquets integrou a geração de ouro que conquistou a Eurocopa de 2008, o Mundial de 2010 e a Eurocopa de 2012. O meio‑campo ao lado de Xavi, Iniesta e, mais tarde, Jordi Alba, demonstrou que a disciplina defensiva combinada à capacidade de saída de bola seria um modelo adotado por treinadores ao redor do globo.
Em 2023, já com 35 anos, o atleta aceitou o convite de David Beckham para integrar o Inter Miami, da MLS. A mudança para os Estados Unidos trouxe um novo desafio: adaptar seu estilo de jogo a uma liga mais física e menos familiar. Mesmo assim, Busquets manteve o nível de desempenho, guiando o time em várias vitórias e ajudando a elevar o padrão tático da equipe.
O anúncio da aposentadoria provocou uma onda de mensagens de apoio. Lionel Messi, que compartilhou o campo com Busquets por mais de uma década, escreveu: “Foi um privilégio jogar ao seu lado. Seu entendimento do jogo mudou tudo ao nosso redor.” Já Sergio Ramos, antigo rival e depois companheiro na seleção, declarou nas redes sociais que Busquets era “um dos volantes mais brilhantes que já joguei”.
Além dos depoimentos, a partida de despedida do Inter Miami contra o LA Galaxy, programada para o último sábado de novembro de 2025, já está marcada como um evento especial, com presença de ex‑companheiros, técnicos e personalidades do futebol mundial.
O legado de Busquets vai muito além dos troféus. Ele redefiniu a posição de volante defensivo, combinando visão de jogo, passes curtos e precisos e a capacidade de ler a movimentação adversária antes mesmo que ela aconteça. Sua inteligência tática influenciou treinadores da Europa à América do Norte, que passaram a buscar jogadores com perfil semelhante para construir o chamado “volante de pivô”.
Ao deixar o campo, o espanhol também abre espaço para a nova geração de meio‑campos que cresceram assistindo à sua elegância nas partidas. Jogadores como Frenkie de Jong e Pedri citam Busquets como modelo de comportamento e disciplina, ressaltando a importância de ser “um jogador de equipe antes de ser uma estrela”.