Marta volta e polêmica: Copa América Femenina 2025 estreia em Quito

Marta volta e polêmica: Copa América Femenina 2025 estreia em Quito out, 12 2025

Quando Marta Vieira da Silva, atacante da Seleção Brasileira Feminina decidiu deixar a aposentadoria para trás, a imprensa já percebeu que a preparação para a Copa América Femenina 2025 iria ganhar um tempero extra. O torneio, marcado para começar em Copa América Femenina 2025Quito, Equador, reúne as dez seleções sul‑americanas entre 11 de julho e 2 de agosto, e os amistosos de pré‑torneio, de 29 de maio a 3 de junho, se tornaram palco de revelações e protestos.

Contexto e preparação

A CONMEBOL, sede em Luque, Paraguai, divulgou o calendário de amistosos em 12 de março. Sete equipes confirmaram presença, incluindo Brasil, Argentina, Colômbia e Paraguai. O objetivo: lapidar táticas e dar ritmo aos atletas menos experientes antes de enfrentar o exigente calendário da fase de grupos.

Para o Brasil, o retorno de Marta – então com 39 anos – e da meia‑campo Debinha (Debby dos Santos Carmo) foi o ponto alto. O técnico Arthur Elias explicou que a experiência das veteranas pode equilibrar a energia da nova geração.

Detalhes dos amistosos

  • 29/05 – Panamá x Bolívia (São Paulo)
  • 30/05 – Brasil x Japão (Rio de Janeiro)
  • 30/05 – Argentina x Austrália (Buenos Aires)
  • 30/05 – Colômbia x Coreia do Sul (Bogotá)
  • 31/05 – Nova Zelândia x Venezuela (Santiago)
  • 01/06 – Catalunha x Chile (Madrid)
  • 02/06 – Repetição dos confrontos de 30/05
  • 03/06 – Nova Zelândia x Venezuela (Santiago)

Os jogos serviram de laboratório: Brasil enfrentou o Japão duas vezes, testando variações no esquema 4‑3‑3, enquanto Argentina e Colômbia mediram forças contra Austrália e Coreia do Sul, respectivamente.

Polêmicas e reclamações

Nem tudo foi treino tranquilo. Na véspera da abertura oficial, a CONMEBOL anunciou que jogadores de linha não poderiam aquecer no gramado, limitando‑os a um espaço de 20 m² com “cheiro de tinta”. O atacante Kerolin Nicoli dos Santos Araújo postou nas redes: “Enquanto na Europa eles quebram recordes de tecnologia, a gente esquenta num quarto de 20 m com cheiro de tinta. **WEIRD!**”.

A volante Ary Borges, ao lado da narradora Francielle Alberto, questionou o presidente da confederação, Alejandro Domínguez, dizendo que a decisão mostrava “desprezo pelo futebol feminino”. O clima esquentou ainda mais quando Marta, em entrevista ao Globo Esporte, pediu ao dirigente: “Imagine aquecer num espaço de 5 m que cheira a tinta. Já vimos a Copa dos homens com estrutura de primeira”.

Após forte pressão da imprensa e dos próprios atletas, a CONMEBOL revogou a restrição, permitindo que jogadores de linha façam aquecimento de 15 minutos no campo, igual aos goleiros. O comunicado oficial a agências internacionais destacou que a medida foi tomada após avaliação das condições das duas casas de Quito.

Impacto no torneio

Impacto no torneio

O debate sobre condições de treinamento trouxe visibilidade extra ao torneio, algo que a própria organização vê como oportunidade para impulsionar o apoio ao futebol feminino na América do Sul. Patrocinadores locais já anunciaram investimentos em infraestrutura nos estádios da capital equatoriana.

Nos grupos, o Brasil (ranking FIFA 4) encara Venezuela, Bolívia e Peru no Grupo B, enquanto Argentina (ranking 32) luta contra Equador, Chile e Uruguai no Grupo A. Os jogos da fase de grupos acontecerão em dois estádios de Quito: o IDV Stadium e o Gonzalo Pozo Ripalda Stadium. A escolha desses locais foi criticada pelos jogadores por falta de espaço para aquecer, mas a recente mudança nas regras neutralizou a queixa.

Próximos passos e expectativas

Com a fase de grupos programada até 17 de julho, a atenção agora se volta para as semifinal​s (28‑29/07), a disputa de terceiro lugar (01/08) e a grande final (02/08). O título não garante classificação para a Copa do Mundo 2027, mas oferece duas vagas olímpicas para Los Angeles 2028, aumentando a pressão sobre as equipes que ambicionam o ouro.

Arthur Elias revelou que a estratégia do Brasil será “aproveitar a experiência de Marta e Debinha nas bolas paradas, enquanto os jovens atacantes mantêm o ritmo alto”. Já a diretora técnica da Argentina, Martín Rapp, enfatizou a necessidade de foco defensivo contra a potência sul‑americana.

Histórico da Copa América Femenina

Histórico da Copa América Femenina

Desde a edição inaugural em 1998, a competição conquistou crescimento constante. O Brasil venceu todas as edições até 2022, quando a Colômbia quebrou a sequência ao triunfar na final. A edição de 2025 chega num momento em que a visibilidade do futebol feminino recebe apoio institucional, mas ainda luta contra desigualdades de infraestrutura.

Se tudo correr como esperado, a Copa de 2025 pode marcar um ponto de inflexão: mais público nos estádios, melhores condições de treinamento e, quem sabe, o início de um ciclo de investimentos sólidos para o futuro das jogadoras sul‑americanas.

Perguntas Frequentes

Como a decisão da CONMEBOL sobre aquecimento afetou as equipes?

A medida inicial limitava o aquecimento a 20 m², gerando protestos de jogadoras como Marta e Ary Borges. Após a revogação, todas as equipes passaram a ter 15 minutos de aquecimento no campo, nivelando as condições e evitando desvantagem física.

Quais são os estádios onde ocorrerão os jogos?

Os confrontos serão disputados no IDV Stadium e no Gonzalo Pozo Ripalda Stadium, ambos localizados em Quito, Equador. Cada estádio recebe três jogos na fase de grupos, alternando entre as duas casas.

Qual o papel de Marta na preparação da seleção?

Marta retornou à equipe para os amistosos contra o Japão, trazendo liderança dentro e fora de campo. Embora não seja garantida titular na competição, sua presença serve de motivação e inspiração para as jogadoras mais jovens.

Quais vagas olímpicas estão em jogo?

A Copa América Femenina 2025 oferece duas vagas para os Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028. As equipes que chegarem às semifinais têm chances diretas; caso sejam eliminadas, ainda podem disputar repescas em torneios intercontinentais.

Como os resultados dos amistosos podem influenciar as táticas?

Os amistosos permitem que técnicos experimentem formações diferentes. Por exemplo, Arthur Elias testou um 3‑5‑2 contra o Japão, enquanto a Argentina experimentou um 4‑2‑3‑1 contra a Austrália. Esses testes ajudam a definir a escalação definitiva para a fase de grupos.

1 Comment

  • Image placeholder

    Fabiana Gianella Datzer

    outubro 12, 2025 AT 20:41

    👏 A volta da nossa rainha Marta trouxe um impulso emocional para a equipe, e isso vai refletir nos treinamentos. A experiência dela, somada à energia de Debinha, cria um equilíbrio tático que o técnico tem valorizado. Os amistosos contra o Japão foram essenciais para testar diferentes formações, e o desempenho já demonstra a adaptação rápida das jogadoras mais jovens. Além disso, a polêmica sobre o aquecimento despertou a atenção da mídia internacional, o que pode atrair mais investimento para o futsal feminino na América do Sul. É importante que a CONMEBOL mantenha o padrão de instalações adequadas, pois isso influencia diretamente o rendimento em campo.
    Vamos torcer para que a seleção mantenha esse ímpeto até a fase final da Copa América 2025!

Escreva um comentário